As primeiras notícias que se têm sobre a região onde se desenvolveu a povoação de Santa Gertrudes são do século XVIII, quando a mesma se constituía num caminho ou passagem para aventureiros e forasteiros que penetravam em direção ao sertão desconhecido, em busca de pedras preciosas.
O impulso definitivo para a ocupação dessa área foi dado com o início das doações sesmarias, por volta do século XIX, mais especificamente entre os anos de 1817 e 1821. Estas eram porções de terras concedidadas pelo vice-rei ou pelo governador a pessoas politicamente influentes ou que possuiam condições financeiras e materiais para empreender a colonização e o povoamento dessas grandes porções de terras devolutas.
Surgiram e se organizaram as grandes propriedades, que passaram a determinar o perfil do seu desenvolvimento. Entre elas destacamos as Fazendas Ibicaba, Morro Azul, Paraguassu, Angélica e Santa Gertrudes. Esta última teve como ponto inicial a compra de uma gleba de terras pertencente à sesmaria do Morro Azul, no dia 18 de junho de 1821, pelo Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão e sua esposa D. Gertrudes Galvão de Moura Lacerda, ao redor da qual surgiria a povoação de Gramado, mais tarde povoação de Santa Gertrudes.
Em 1845, as terras de propriedade do Barão de São João do Rio Claro, tornaram-se uma fazenda, a princípio usada para produção de cana-de-açúcar, vindo posteriormente a se destacar com uma das mais importantes fazendas produtoras de café da região. A esta propriedade foi dado o nome de Fazenda Santa Gertrudes, em homenagem à mãe do seu proprietário, e se constituiu no marco inicial do desenvolvimento da povoação de Gramado. Dessa forma inseriu-se no processo de ocupação e colonização das terras dos Sertões do Morro Azul, sendo considerada parte integrante no desenvolvimento da Província de São Paulo, no século XIX.
Nesse momento, década de 1890, o café era o principal produto de nossa pauta de exportação, sendo que cerca de 70% do café consumido no mercado externo era produzido pelo Brasil. Com a formação da Fazenda Santa Gertudes, o café foi introduzido na região, trouxe a ferrovia, com a Estação Santa Gertrudes, a povoação, a vila o Distrito e a futura cidade.
Durante as quatro primeiras décadas do século XX , Santa Gertrudes deixou de ser uma pequena povoação para ganhar o status de Distrito do Município de Rio Claro, tornando-se uma pequena vila.
Ao ser elevada à categoria de Distrito, vê-se que gradativamente o urbano foi se constituindo e ganhando novos contornos, não só espacial mas também social e econômico, com o desenvolvimento da indústria de cerâmica e com a fixação de novos moradores, casas comerciais e novas residências. Nesse momento já se encontravam em funcionamento, as cerâmicas Buschinelli, Meyer, Rocha, São Joaquim, Heitor Ribeiro, Marotti e a Serraria João Pagni.
Em 24 de dezembro de 1948, através da Lei 233, o Distrito de Paz de Santa Gertrudes foi elevado a Município, ganhando desta forma autonomia política e administrativa.
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